ANÁLISE DO LIVRO "A CABANA"
Sou culpado de ser viciado em leitura. Minha paixão pelos livros começou logo na infância quando migrei dos quadrinhos de super-heróis (especialmente dos X-Men que amo até hoje) para livros de ficção. Tirando aqueles livrinhos de bolso de Faroeste que se vendem nas bancas de jornais, o primeiro livro que li foi um romance policial com pitadas de suspense chamado "Cérebro". Desde então adquiri o vício frenético pela leitura. E confesso que quanto mais difícil de se conseguir o livro, mais sou impulsionado a comprá-lo. Foi o que aconteceu com o livro "A Cabana" de William P. Young.
A primeira vez que ouvi falar do livro foi em uma entrevista de TV com um ator que fez referência a ele dizendo que "era a mais clara e pura definição de Deus". Ora, como sou pastor, logicamente fiquei curioso a respeito da obra e em poucos dias passei a procura-lo nas livrarias que comumente frequento. Mas para minha surpresa não o encontrei e o motivo dado pelos vendedores era que ele "não parava nas prateleiras". Cheguei a encontrar outro livro, "Encontre Deus na Cabana" de Randal Rauser, mas decidi não compra-lo, uma vez que não tinha lido ainda o livro que deu origem a esta segunda obra. Pensei que se o livro "não para nas prateleiras" deve ser mesmo muito bom.
A primeira vez que ouvi falar do livro foi em uma entrevista de TV com um ator que fez referência a ele dizendo que "era a mais clara e pura definição de Deus". Ora, como sou pastor, logicamente fiquei curioso a respeito da obra e em poucos dias passei a procura-lo nas livrarias que comumente frequento. Mas para minha surpresa não o encontrei e o motivo dado pelos vendedores era que ele "não parava nas prateleiras". Cheguei a encontrar outro livro, "Encontre Deus na Cabana" de Randal Rauser, mas decidi não compra-lo, uma vez que não tinha lido ainda o livro que deu origem a esta segunda obra. Pensei que se o livro "não para nas prateleiras" deve ser mesmo muito bom.
Passado muito tempo, em visita a uma loja de livros usados vi logo na vitrine o livro em epígrafe. Então, como viciado que sou, tratei de compra-lo e nem barganhei no preço. Mas como na época estava lendo um outro livro de Kevin deYoung, coloquei-o em minha humilde biblioteca e o esqueci. Até que há duas semanas, não sei porque lembrei-me dele e decidi partir para sua leitura.
De cara digo logo que a introdução nos deixa um pouco alarmados porque o autor dá a entender que a história é verídica, que se passou com um amigo seu e que não sabe até que ponto a história é real ou imaginação de um homem atormentado pela morte brutal de sua filhinha.
De cara digo logo que a introdução nos deixa um pouco alarmados porque o autor dá a entender que a história é verídica, que se passou com um amigo seu e que não sabe até que ponto a história é real ou imaginação de um homem atormentado pela morte brutal de sua filhinha.
Mas passado essa incerteza inicial, a história (pelo menos para mim) ficou interessante e cativante. Uma história triste do assassinato da filha do amigo do autor por um psicopata qualquer, desses que sazonalmente aparecem nos EUA. Como pai cheguei a ficar emocionado.
Mas aí vem o ponto em que o protagonista recebe uma carta de Deus e decide voltar a cabana em que se deu o assassinato. Bom, receber uma carta de Deus é algo estranho, mas até então é algo suportável para uma alegoria.
Mas quando o protagonista está na cabana e encontra três indivíduos que se identificam como Deus, a coisa começou a ficar feia. O pai é retratado como uma mulher gorda e negra, Jesus como um homem narigudo do oriente-médio, e o Espírito Santo como uma asiática que não para quieta. Nada poderia haver uma descrição de Deus mais bizarra do que esta. Não pelo fato de que duas das três Pessoas da Trindade Santa serem retratadas como mulheres, ou porque o autor (de propósito) os descreve como indivíduos não caucasianos. Mas é que em primeiro lugar, apesar de que aqui e ali o autor tente imprimir a imagem de unidade em sua descrição de Deus, esses três indivíduos assim descritos deixa a impressão de que existem três deuses.
O deus descrito por William P. Young é politicamente correto. É bonachão, irônico e sarcástico algumas vezes. Não gosta de religião, não condena ninguém ao inferno e gosta de Rock (nada contra). A impressão que temos ao absorver os diálogos desse trio é que estamos em uma sena interminável da visita que o Nil do filme Matrix fez ao oráculo.
Mais interessante ainda é que a mulher negra que se identifica como o Pai é chamada a todo tempo de papai. E nesta sociedade confusa quanto a sexualidade, uma mulher sendo chamada de "pai" vem bem a calhar.
Mas aí vem o ponto em que o protagonista recebe uma carta de Deus e decide voltar a cabana em que se deu o assassinato. Bom, receber uma carta de Deus é algo estranho, mas até então é algo suportável para uma alegoria.
Mas quando o protagonista está na cabana e encontra três indivíduos que se identificam como Deus, a coisa começou a ficar feia. O pai é retratado como uma mulher gorda e negra, Jesus como um homem narigudo do oriente-médio, e o Espírito Santo como uma asiática que não para quieta. Nada poderia haver uma descrição de Deus mais bizarra do que esta. Não pelo fato de que duas das três Pessoas da Trindade Santa serem retratadas como mulheres, ou porque o autor (de propósito) os descreve como indivíduos não caucasianos. Mas é que em primeiro lugar, apesar de que aqui e ali o autor tente imprimir a imagem de unidade em sua descrição de Deus, esses três indivíduos assim descritos deixa a impressão de que existem três deuses.
O deus descrito por William P. Young é politicamente correto. É bonachão, irônico e sarcástico algumas vezes. Não gosta de religião, não condena ninguém ao inferno e gosta de Rock (nada contra). A impressão que temos ao absorver os diálogos desse trio é que estamos em uma sena interminável da visita que o Nil do filme Matrix fez ao oráculo.
Mais interessante ainda é que a mulher negra que se identifica como o Pai é chamada a todo tempo de papai. E nesta sociedade confusa quanto a sexualidade, uma mulher sendo chamada de "pai" vem bem a calhar.
O livro deixa uma dúvida séria no ar. Se Mack, o protagonista, é cristão e membro de uma igreja desde criança, porque esse tempo todo ele não conseguiu ouvir Deus falar? Porque no momento mais difícil de sua vida ele não conseguiu ver Deus na Bíblia, na igreja e no amor dos irmãos por ele?
Se formos na linha de pensamento do autor, para termos um encontro real com Deus teremos que abandonar a igreja e não dar crédito a Bíblia. Temos na realidade que nos afastarmos da sociedade e dos irmãos para irmos a um local insólito para termos um encontro com uma divindade muito parecida com o oráculo de Matrix.
O pior é que muitas pessoas têm consumido esse livro como se ele fosse uma nova Bíblia. Ou pior, como se ele estivesse acima da revelação bíblica.
Outros autores pegando carona o imenso sucesso dessa obra, lançaram livros "genéricos" como "De Volta a Cabana" de C. Baxter Kruger, "Deus e a Cabana" de Roger E. Olson, e o já citado "Encontre Deus na Cabana". O próprio Willian P. Yooung lançou uma devocional chamada "A Cabana - Reflexões para todos os dias do ano", pegando carona em seu próprio sucesso. Seria cômico se não fosse trágico. Isso tudo mostra o quanto esta alegoria distorcida sobre a Trindade Divina conseguiu um alcance imenso na sociedade.
Acima de tudo fiquei mais chocado em ver na contra-capa que um de meus autores cristãos preferidos, Eugene Peterson, endossar o livro dizendo ter ele "o potencial de fazer por nossa geração o que o livro o peregrino de John Bunnian fez pela dele". Meu Deus, aonde chegamos?
Bom, para concluir essa análise, tenho que dizer que encontrei algumas poucas coisas boas nesse livro. Mas a quantidade de coisas ruins que ele contém suplanta qualquer benefício que ele possa oferecer a qualquer cristão sério.
Pastor Ricardo Castro
Igreja Bíblica Vida Eterna - IBVE
Igreja Bíblica Vida Eterna - IBVE
Tambem li este livro e não achei nada interessante. alem de ser uma ficção é meio sarcástico
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