O CARNAVAL E O SINCRETISMO RELIGIOSO

No ano 312 D.C. o Imperador Romano Constantino fez um decreto que a primeira vista parecia ser a maior bênção já impetrada sobre o cristianismo. O decreto foi de que o cristianismo seria a religião oficial do Império. E então, de religião perseguida o cristianismo passou a ser a religião principal do império que a perseguia. 
Contudo, tudo não passou de mais um ardil do diabo sobre os servos de Deus. Pois o que ocorreu depois foi que qualquer um que quisesse regalias do imperador declarava ser cristão era batizado. Com isso surgiu um cristianismo nominal e sincrético, que misturava em seu bojo práticas cristãs com o paganismo. Daí a humanidade viu surgir um cristianismo híbrido que deu origem a Igreja Católica Apostólica Romana.
O que foi relatado acima pode chocar alguns, porém essa história não é nada diferente do que estamos vendo em nossos dias. Estamos vendo a história se repetir. Em todas as partes do planeta vimos paulatinamente o surgimento do sincretismo religioso em nosso meio, que consequentemente trouxe consigo o hedonismo e a libertinagem de tal forma que não temos mais noção da diferença entre o santo e o profano. O conceito de pecado foi reduzido apenas a uma falha que pode ser corrigida com bons hábitos.
Como exemplo do que estamos falando podemos citar que neste período de carnaval, que em tempos idos era considerado como a manifestação da promiscuidade e perversidade do pecado humano, agora vemos blocos carnavalescos gospel e celebridades evangélicas fazendo orações por músicos e foliões. 
A estrela gospel Carla Perez que professou sua fé em programas de tv, foi uma das protagonistas desse espetáculo bizarro. Há vídeos na internet que a exibem no sambodromo, antes de sua apresentação carnavalesca, orando por seus músicos e ministrando-lhes uma suposta unção que não sabemos de onde vem.
Mas o circo dos horrores não para por aí. Cantores de renome como Fernanda Brum, que recentemente inaugurou sua "Escola de Jejum" que custa a bagatela de R$ 50,00 por aula, também protagonizou o show do horror quando em meio a sua apresentação no Bloco gospel disse que os brasileiros vão para o céu sambando.
Realmente esses expressões absurdas deveriam ser casos isolados de pessoas incautas que ainda não assimilaram a realidade do Evangelho da Cruz. Porém, dentro das igrejas muitos outros espetáculos do ridículo os superam. Em muitos cultos vemos pessoas cultuando o fogo. Certa igreja tem o costume em seus cultos de acender uma pira metálica com fogo e a pastora sai perambulando entre os assistentes do culto ministrando-lhes a fumaça que sai da pira, assim como fazem os padres católicos. A única diferença é que ela alega que é "tomada" pelo Espírito Santo. Outra igreja tem o costume de instalar uma piscina plástica fazer com que as pessoas mergulhem nelas, assim como o General Naamã mergulhou nas águas do rio Jordão.
A lista de desvario teológico é muito extensa e nosso espaço limitado não nos permite descriminar uma a uma as práticas bizarras de nossos dias. Mas podemos citar os famosos patuás gospel (rosa ungida, sal grosso, óleo de israel, etc), os cultos à personalidades gospel, a fanerose e extases espirituais, e tantos outras "novidades" gospel que chegamos até a ficar sem fôlego.
Mas, somado a toda essa bizarrice está o liberalismo que gera a libertinagem. A Bíblia alerta que "não havendo profecia (ensino Bíblico correto) o povo se corrompe" (Provérbios 29:18). E uma vez que dos púlpitos não se ensina mais o verdadeiro Evangelho, mas palavras de auto-ajuda e entretenimento, o povo está corrompido e desviado. Por causa disso, podemos ver que boa parte da culpa de nossa geração ser tão rasa em seu relacionamento com o Senhor é dos pastores e líderes que têm descuidado do alimento sadio do rebanho. As pessoas hoje não tem mais o temor do Senhor em seus corações porque os pastores não lhes ministra a gravidade e o respeito que é digno do Senhor, porque eles mesmos O têm desprezado.
Entretanto, ainda existe um remanescente fiel. Homens e mulheres de Deus a exemplo do profeta João Batista não tem medo da morte por condenar o pecado e ensinar a Palavra de Deus. E é à esse remanescente que agora dirijo minhas palavras. Que não temamos o rugir do leão em face do nosso ministério. Que alcemos nossas vozes proféticas e denunciemos as falácias malignas que se tornaram em fortalezas nas mentes cauterizadas daqueles que se dizem cristãos. Que cuidemos bem das ovelhas do rebanho que o Senhor colocou ao nosso cuidado. E que como bons pastores possamos dar nossas vidas em favor das ovelhas. O Evangelho não precisa de inovações ou conceitos revolucionários. Precisa de homens e mulheres comprometidos com o Senhor e Sua Mensagem.

Pastor Ricardo Castro
Igreja Bíblica Vida Eterna (IBVE)
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