NÃO DESISTA NUNCA - PR. RICARDO CASTRO



NÃO DESISTA NUNCA!
Porque necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, possais alcançar a promessa. Hebreus 10:36
Desistir! Essa palavra é muito bem conhecida em nossa geração. Porém seu significado muda de pessoa para pessoa, haja vista que cada um de nós tem uma experiência peculiar com esta palavra. Há pessoas que nunca (ou quase nunca) fazem uso dela. Esta é sua experiência com a Palavra Desistir. São aqueles que persistem até o final, mesmo que isso lhes custe muito caro. Mas essas são pessoas excepcionais, que costumamos vê-los figurando nos documentários da Tv ou em best sellers.
Entretanto, a grande verdade é que a maioria de nós tem uma experiência amarga com a palavra “desistir”. Comumente temos essa palavra bem viva diante de nós, dada a quantidade de vezes que desistimos de nossos projetos e sonhos. E isso afeta todas as camadas da sociedade. Isto é, tanto pessoas abastadas que frequentam os lugares mais caros, como aqueles que vivem sem muitos recursos, desistem dos sonhos que foram nutridos por anos.
Mas a pergunta é: O que nos faz desistir?
Às vezes desistimos porque as dificuldades, tribulações e os obstáculos que se nos apresentam durante nossa caminhada, tem o poder de roubar as nossas forças. E sem forças não temos como prosseguir.
Acontece que sempre empreendemos grande esforço para superar as dificuldades que nos assolam. Certamente por causa disso, nosso coração vai ficando cada vez mais duro, assim como o solo à beira do caminho da parábola do semeador de Mateus 13. E dessa forma, nossas forças vão se esvaindo ao ponto de não termos mais como prosseguir.
É por esse motivo que muitas pessoas desistem de tudo e passam a viver vidas miseráveis, condicionados ao fracasso, sem expectativa de melhora e esperando apenas a morte.
Mas nossa experiência não precisa ser assim. E de fato não é, pois não estamos sós nesta caminhada. Deus está conosco. E sua Palavra nos garante que aqueles que confiam Nele, podem renovar suas forças, assim como a águia, que é restaurada em um voo rasante e volta a voar nas alturas (Isaías 40.31).
Outras pessoas, além de se sentirem sem forças, também estão sobrecarregadas. E essa sobrecarga as impede de andar livremente. Isso acontece porque os problemas no trabalho, a luta pela sobrevivência, as preocupações com a família e etc., vão pesando em seus ombros de tal forma que, ao fim, se encontram sobrecarregados com um sobrepeso que as impede a livre caminhada na vida.
E essa sobrecarga gera as doenças psicossomáticas, bem como leva as pessoas aos consultórios psiquiátricos e a tomarem remédio de tarja preta.
Entretanto, Jesus nos faz um convite para que troquemos o fardo pesado que nos sobrecarrega pelo seu jugo suave. E isso com o objetivo de que, no fim das contas, encontremos descanso para nossas almas (Mateus 11.28,29).
Vejo aqui dois momentos. O primeiro em que nos encontramos sobrecarregados com o peso das responsabilidades. E o segundo em que descansamos nossas almas abatidas. Mas entre esses dois momentos está Jesus, que de braços abertos espera para nos aliviar de vez de tudo que nos impede a caminhada.
E por fim, temos ainda outra coisa que nos faz desistir, e essa, julgo eu, é a pior: A dúvida.
Diante de tantos problemas que minam nossas forças e nos sobrecarregam, começamos a duvidar do amor de Deus. Isso porque nos questionamos porque essas coisas nos sobrevêm, já que somos cristãos. De outra forma, nos perguntamos porque existem tantas pessoas que parecem não serem tocadas pelos problemas. Elas andam incólumes e suas vidas parecem estar repletas de muitas conquistas e recheada de alegria. Enquanto que as nossas vidas são um emaranhado de conflitos e complicações. Tudo isso nos leva a questionar se realmente Deus nos ama.
Porém, temos que ter ciência que esse tipo de questionamento vem do tentador. Seu ardil mais arguto é colocar dúvida em nosso coração quanto ao amor e a filiação de Deus. Foi assim que ele fez no jardim do Éden, quando disse a Eva que Deus estava escondendo dela o poder de ser semelhante ao Altíssimo. Da mesma forma foi isso que o diabo fez, quando tentou Jesus no deserto. Ele principiou seus três ataques ao Mestre com as palavras “se tu és o Filho de Deus...”. Isso nos mostra claramente que esse tipo de questionamento é produto do tentador que, em seus intentos funestos, quer implementar a dúvida no coração. Isso por que a dúvida leva a um pecado ainda maior: a murmuração.
A murmuração nada mais é do que as palavras que lançamos contra Deus. É a dúvida em palavras. E essas palavras são proferidas tanto como uma afronta a Deus como uma tentativa (frustrada) de fazê-Lo agir.
Contudo, a Bíblia nos revela que Deus abomina a murmuração. Foi por causa dela que o povo de Israel ficou dando voltas no deserto por 40 anos, numa rota que duraria apenas seis semanas.
Quanto a isso, quando nos perguntamos “onde está Deus quando sofremos”, temos que ter em mente que Ele está no mesmo lugar onde Ele estava quando Seu Filho Unigênito foi desacreditado, torturado e morto por nossa causa.
Às vezes não conseguiremos responder porque certas coisas nos acontecem. Mas podemos ter a certeza de que tudo o que nos acontece acaba contribuindo para o nosso bem (Romanos 8.28).
Devemos confiar em Deus, pois como um Pai amoroso Ele nunca nos dará uma pedra em lugar de Pão (Mateus 9.9-11). E também que Ele sempre nos conduzirá às águas tranquilas e aos pastos verdejantes (Salmo 23).
Às vezes não temos condições de entender porque Deus age de determinada maneira. Mas temos que ter em mente que os seus Caminhos e Pensamentos impreterivelmente se chocam com os nossos. E assim como o céu está distante da Terra, assim está distante o nosso entendimento dos planos de Deus (Isaías 55:8). Portanto, temos mesmo é que confiar e nos entregar totalmente aos cuidados amorosos de Deus.
Se assim agirmos, nossa experiência com a palavra desistir irá mudar drasticamente. Trocaremos a experiência amarga da desistência pela doce experiência da Perseverança com paciência.
É disso que o autor da Epístola aos Hebreus está falando no texto acima. Ele fala da nossa necessidade de paciência (perseverança) diante das tribulações. Isso porque ele bem sabe de nossa tendência à desistência.
Ele deixa entendido que quando exercemos a paciência, não ficaremos prostrados, uma vez que estaremos fazendo a vontade de Deus.
“Porque necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus”.
Por fim, ele nos diz que receberemos uma recompensa, se exercermos a paciência e continuarmos fazendo a vontade de Deus.
“...possais alcançar a promessa”.
Por isso digo a você, querido leitor, não desista. Deus tem nos dado todas as promessas que servem de mola propulsora para os nossos sonhos e projetos. Portanto, mesmo diante de tantas dificuldades e tribulações (e até de algumas perdas), não desista nunca! Tomemos como exemplo o Senhor Jesus cristo, que mesmo diante de tudo o que passou, e até de severas provações lançadas pelo diabo, não desistiu de Seu propósito. Isso porque a recompensa de pagar o preço pelas nossas almas falou muito mais alto do que lhe acontecia imediatamente.
Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniqüidades deles levará sobre si. Isaías 53.11
Não Desista nunca!

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