A FAVOR OU CONTRA O PORTA DOS FUNDOS? | PR. RICARDO CASTRO
O assunto do
momento é o especial de Natal do grupo Porta dos Fundos que foi ao ar no dia 3
de dezembro de 2019, na plataforma de streaming Netflix. Se o objetivo desse
grupo era causar polêmica, com certeza foi o que eles conseguiram. Pois dos
recônditos mais inóspitos da nação brotaram protestos contra o grupo, que
zombou não apenas do cristianismo, mas até do próprio Cristo. Até poucos dias
atrás, meio milhão de assinaturas já haviam sido incluídas no abaixo-assinado
impetrado pelos cristãos contra a Netflix. Mas, somado a isso, estão os muitos
vídeos, artigos, postagens nas redes sociais e discursos de políticos que se
levantaram contra esse grupo.
Entretanto,
não é de hoje que o Porta dos fundos afronta o cristianismo e seus símbolos.
Basta uma rápida pesquisa na plataforma Youtube para que vejamos a grande
quantidade de conteúdo produzida por esse grupo, não para fazer humor, mas para
opor-se ao cristianismo. E devido ao silêncio da igreja no que tange a esses
conteúdos zombadores, seus integrantes tomaram ímpeto para produzirem o
especial que é alvo de tamanha polêmica.
Me admira o
Fábio Porchat, que por muito tempo foi funcionário da Rede Record, um canal de
TV de propriedade de uma igreja. Ele, que até ser contratado por esse canal,
tinha uma carreira minguada, fazendo filmes de péssimo gosto e mantendo um
canal no Youtube, para não cair no ostracismo. Logo, entendo que ele cuspiu no
prato que comeu pois, quando se viu fora dos quadros de funcionários da
referida TV, uma de suas primeiras assertivas foi declarar que “é maluquice
crer na Bíblia”. Confesso que fiquei bastante chocado quando li a respeito.
Porém, não por causa da declaração em si, mas por achar um ato de grande ingratidão
alguém dizer algo assim, quando só cresceu devido a oportunidade dada por uma
empresa ligada a uma igreja. Entretanto, apesar de estar ciente de que o grupo
Porta dos fundos (criado pelo Porchat) nunca parou de zombar da igreja, não
imaginei que ele chegaria ao extremo que chegou.
No referido
especial de Natal há uma versão gay de Jesus Cristo, que não quer salvar o
mundo, mas sim, apenas ter relações sexuais com o seu namorado. Há também a
versão devassa de Maria, José é representado como um homem abobalhado e traído
e os discípulos como promíscuos e alcoólatras. Será que pode existir algo mais
aviltante?
Todavia, o
objetivo real desse grupo não é o de fazer humor, até porque quem já assistiu
seus vídeos sabe que suas piadas não são tão engraçadas assim. Seu objetivo
real é o de tornar-se relevante por meio da oposição. Essa é a velha tática
marqueteira que tem sua expressão máxima na frase do ator Henry King: “Falem
bem ou falem mal, mas que falem de mim”. E assim, eles conseguiram ficar em
evidência muito mais pela polêmica do que pelo talento que lhes falta.
Por outro
lado, vejo também a intenção de fortificar o movimento em prol da dissolução da
família e dos bons costumes. Movimento este que tem tomado força nos últimos
anos.
Zombando assim
de Jesus, esse grupo está declarando que o cristianismo não tem força. Por isso
é de importância vital que nós, cristãos, não deixemos tal afronta ficar
incólume. Devemos sim repudiar e boicotar toda e qualquer produção que zombe de
Deus e dos símbolos cristãos.
Em
contrapartida, os atores que preconizam essa polêmica se justificam dizendo que
eles têm liberdade de expressão e que para o humor não há limites. Mas o que
fez o grupo é crime, conforme o artigo 208 do código penal Brasileiro que diz
que “vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso” é crime
e a pena é detenção de um mês a um ano. Por isso estranha-me que ninguém tenha
evocado a lei para punir esses indivíduos. Pois uma coisa é certa, se um grupo
cristão tivesse produzido uma manifestação artística de âmbito nacional que
afetasse qualquer dos outros movimentos sociais, já estaríamos vendo
manifestações extremadas e punições judiciais. Por falar nisso, o que
aconteceria se o caso fosse inverso? Isto é, se um grupo cristão produzisse um
especial em que o movimento LGBTQ+ fosse ridicularizado, será que essas pessoas
manteriam o mesmo argumento de que é liberdade de expressão? Acredito que não,
pois, como sabemos, a “Liberdade de expressão” só vale quando critica os
cristãos.
Mas, em toda
essa polêmica, o que me deixa chateado mesmo é a quantidade de “cristãos” criticando
aqueles que se manifestam contra o Porta dos fundos e a Netflix. O que eles
argumentam é que nosso protesto não fará diferença alguma, já que o grupo
continuará aprontando das suas. Dizem também que deveríamos nos preocupar com
assuntos mais importantes e chegam até a usar os termos infantis, hipócritas,
alienados, tolos, egoístas e etc., para descrever aqueles que se manifestam. Essas
pessoas não veem problema algum em insultar seus irmãos em Cristo, mas acham desnecessário
qualquer tipo de manifestação contra aqueles que têm zombado do Senhor. Seus
irmãos são dignos de sua fúria e o seu “pecado” deve ser exposto o máximo
possível. Mas dizem que os integrantes do Porta dos fundos devem ser alvo de
nosso amor, perdão e orações. Como cristãos devemos sim perdoar, amar e orar
por pessoas como essas, mas isso não os exime de seu pecado nem muito menos
apaga o vitupério lançado sobre o Nome de Jesus.
Esses
“Cristãos” se esquecem que, em primeiro lugar, ainda que sejamos peregrinos e
forasteiros nessa terra, viveremos aqui por toda a nossa vida. Logo, não
podemos nos alienar das coisas que nos cercam em nome de uma pseudo
espiritualidade, que tem vistas apenas para o porvir. Devemos, sim, cuidar de
nossos assuntos no aqui e agora, para que possamos viver dignamente e,
sobretudo, não nos omitir diante de tamanha ofensa ao nosso Deus.
Em segundo
lugar, esses “cristãos” ignoram que quem está sendo aviltado é Deus, o Senhor
Todo-Poderoso, Criador dos céus e da terra, que nos Salvou e a quem nós
servimos. E, por isso, todos aqueles que tem sangue na veia não ficarão
passivos diante de tamanho insulto ao Redentor. Não nos esqueçamos do Salmo
69.9:
Pois o
zelo da tua casa me consumiu, e as injúrias dos que te ultrajam caem sobre
mim.
Esse texto
foi aplicado a Jesus quando expulsou com um chicote nas mãos os vendilhões do
Templo. Isso porque era do interesse d’Ele não deixar que a zombaria com as
coisas de Deus corresse livremente. E se até a uma Associação de Juristas
Islâmicos (ANAJI) se manifestou contra o Porta dos fundos, como nós, cristãos,
deveríamos ficar passivos? Dá vergonha de ver pessoas que se dizem cristãos
militantes se acovardarem.
Alguns,
arrogando para si o título de crentes espirituais, chegam a dizer que Deus não
precisa ser defendido, já que Ele é o Todo-Poderoso. Ora, se formos seguir essa
linha de pensamento, não iremos mais pregar o Evangelho, já que Deus não precisa
de nós, Sua Igreja, para propagar o Seu Nome.
Creio sim que
Deus é o Todo-Poderoso, mas que deixou nas mãos da igreja a responsabilidade de
sermos seus embaixadores (2º Coríntios 5.20). E que embaixador há que não
defenda seu país e seu Rei?
A grande
verdade é que essa passividade que tem dado o combustível necessário para que grupos
como o Porta dos fundos e a militância contra a família e os bons costumes
tenham ousadia para afrontar até o próprio Deus.
Temos mesmo é
que tomar como exemplo homens como João Batista, que mesmo em perigo de morte se
manifestou contra o pecado. E os homens do passado, que deram a vida pela honra
do Evangelho devem ser os ícones que nos inspiram.
Que não
deixemos pessoas mal-intencionadas zombarem do nosso Deus e saírem impunes. Que
o zelo pela casa de Deus nos consuma e que as injurias a Deus nos façam tomar
atitudes certas. Portanto, nos manifestemos. Não pegaremos em armas como eles
fariam. Mas que saiamos às ruas, façamos protestos e movamos ações judiciais
para que essas pessoas mal-intencionadas nunca mais zombem do nosso Deus. E que,
sobretudo, todos saibam que, ainda que nosso reino não é deste mundo, que temos
voz e coragem para prezar pelo que é certo. Repudiemos o Porta dos fundos!
Pastor Ricardo
Castro
Igreja Batista
Apostólica Celebração
Concordo plenamente com o senhor Pastor Ricardo Castro, as autoridades tem que fazer alguma coisa pois passaram dos limites. Sei que o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo irá tomar providências mais os homens que são embaixadores aqui na terra também não pode ficar de braços abertos como se tudo fosse normal. Amar a alma dos tais, perdoar os tais certamente que perdoamos mais suas atitudes tem que serem corrigidas pois nós repudiamos como seres humanos e como cristãos servos do todo Poderoso. Com Deus não se brinca e também não se zomba e os que tais lhe apoiam deveriam também ser processados pois estão sendo mais um na zombaria. É grande o meu repúdio com todos esses tais. Que Deus levante mais homens como o senhor. Deus continue lhe abençoando.
ResponderExcluirParabéns querido pastor pelo Belo comentário
ResponderExcluirPaz Pr Ricardo. Endosso o seu escrito e as suas opiniões. O fato de sermos cristãos, não significa que devemos ser apáticos ou indiferentes a tudo que, de forma maldosa e profana, derramam contra Cristo e seus seguidores. Parabéns pelo texto!
ResponderExcluirConcordo plenamente, Pastor.
ResponderExcluirSábias palavras, não devemos deixar isso impune.
Também concordo com o senhor pastor Ricardo Castro, não se zomba nem com o cristianismo e nem muito menos com o Senhor Jesus Cristo, esse especial de natal de péssimo gosto feito por porta dos fundos além de ser uma vergonha é uma afronta à nossa fé, a igreja em geral, aos cristãos e a pessoa de nosso senhor Jesus Cristo, desta vez eles passaram dos limites.
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