AINDA HÁ ESPERANÇA | PR. RICARDO CASTRO


Esperei com paciência no SENHOR, e ele se inclinou para mim, e ouviu o meu clamor. Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs os meus pés sobre uma rocha, firmou os meus passos. E pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos o verão, e temerão, e confiarão no SENHOR.
Salmos 40:1-3

Em tempos de grandes dificuldades é muito difícil manter a esperança. Isso porque as grandes questões da vida, bem como as tribulações e os desafios, a cada dia vão minando a nossa esperança até ao ponto em que a perdemos de vez. Mas alguém sem esperança é uma pessoa perdida. É alguém que vê apenas densas nuvens no seu futuro.
Mas será que ainda há a possibilidade de termos esperança em meio a tantas dificuldades? E se há, onde podemos recuperar a esperança?
Não há outro lugar que podemos reaver a esperança do que a Bíblia, que por natureza é o livro da esperança. Entretanto, o que o Livro Santo fala a respeito da Esperança e o que podemos aplicar em nossa vida tão conturbada?
Em primeiro lugar a Bíblia nos diz que para termos esperança, antes devemos cultivar a paciência. Vemos que o Salmista começa falando de um período em que ele teve que exercer a paciência. Pelo que entendemos, havia algo que lhe perturbava, que obstruía o caminho e por isso ele clamou ao Senhor, mas teve que esperar calmamente pela resposta.
O motivo para isso é porque é muito fácil perdermos a paciência em momentos de grande dificuldade. E geralmente quando perdemos a paciência atingimos pessoas que amamos e que em outro momento (quando estamos pacientes), não os trataríamos desse jeito. Também geralmente tratamos asperamente pessoas que podem e querem nos ajudar, e assim, perdemos a chance de termos a solução do nosso problema.
Mas, sobretudo, devemos aprender a exercer a paciência porque sem ela tendemos a murmurar contra Deus, fazendo assim com que nossa situação piore ainda mais.
Precisamos exercer a paciência porque geralmente as coisas demoram um pouco para se resolverem. E se não tivermos paciência, acabamos agindo preciptadamente, podendo fazer com que a solução demore ainda mais ou mesmo se torne insolúvel. E é por esse motivo que o Senhor comumente gera situações em que possamos exercitar a nossa paciência, por que o Seu interesse é que tenhamos uma esperança duradoura.
Mas quando exercitamos a virtude da paciência, isso denota que a chama da esperança ainda está acesa. Então, ter paciência é a primeira prerrogativa para recuperarmos a esperança. 
Em segundo lugar a Bíblia nos diz que a esperança tem o poder de mudar a nossa história. No versículo 2 o salmista fala de uma mudança em sua vida. Ele fala que há princípio ele estava em um "Lago Horrível" e em um "charco de lodo". Mas, logo após ter exercido a sua paciência e ter esperado pela resposta de Deus, essa situação mudou. A verdade é que a esperança em Deus tem o poder de nos livrar de um "Charco de lodo" e, sobretudo, nos livra do desespero. Desespero esse que é gerado por situações sufocantes em que muitas vezes nos metemos. Acredito que era sobre isso que o salmista estava se referindo no versículo dois. Essas situações podem ser geradas por nós mesmo ou termos sido incluídos nelas por terceiros. Mas a verdade é que há situações que tem o poder de nos sufocar a tal ponto que perdermos a força. Mas a esperança viva em Deus nos livra do desespero e da própria situação.
Mas a esperança também nos dá uma base firme. Antes estávamos em desespero e numa situação sufocante, mas agora estamos com "os nossos pés sobre uma rocha". Isso nos diz que antes não tínhamos firmeza em nada e vivíamos no desespero, mas agora, depois de exercitada a nossa paciência e provido o livramento de Deus, estamos tão firmes como o castelo que é construído sobre uma Rocha, e a nossa Rocha é Jesus.
E a certeza de que estamos firmados na Rocha nos dá força para continuar. Acredito que é isso que o salmista está falando quando diz "dá firmeza aos meus passos". Ora, se há passos é porque se está andando. E ninguém que está se afogando em um lago terrível, um charco de lodo, poderá andar. Mas quem já foi livre e que está firmado em uma Rocha, tem todos os predicados para andar a passos firmes.
Por fim, a nossa esperança em Deus torna-se em um grande testemunho do Poder de Deus. Em primeiro lugar esse testemunho é o combustível para o nosso louvor e por isso vemos que o salmista, logo após ter exercitado a sua paciência, ter experimentado o livramento do Senhor, ter sido firmado na Rocha e agora caminha com passos confiantes, agora tem "tem um novo cântico" em sua boca. Isso mostra que a esperança em Deus, uma vez confirmada, redunde no nosso louvor a Deus.
Mas não apenas isso, mas todos aqueles que verem o nosso testemunho, passarão a temer ao Senhor e isso produzirá nele grande sede pelo Senhor.
Para concluir, quero dizer que não sou um cristão irreal e que tudo o que escrevi até aqui é fruto de ilusões poéticas. Pelo contrário, tenho passado por cada uma dessas fases e sei que as circunstâncias adversas repetidas muitas vezes tem o poder de rechaçar a esperança de nossas vidas. Sei que sem esperança nos tornamos como verdadeiros mortos vivos que perambulam sem sentido e nem propósito no vida. Mas sei também a esperança renovada tem o poder de nos tirar do fundo do poço e nos transportar para altos patamares de confiança.
Portanto, que não deixemos que as circustâncias sufoquem a nossa esperança, mas que possamos ter paciência madura para esperar pela vitória que vem do Senhor. E assim a nossa esperança permanecerá viva e cantaremos um louvor ao Senhor que será tão poderoso que influenciará a quem estiver ao nosso redor.

Pastor Ricardo Castro.

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