VENCENDO TEMPOS DIFÍCEIS


 


VENCENDO TEMPOS DIFÍCEIS

Hebreus 12:1-3

Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus.

Considerai, pois, atentamente, aquele que suportou tamanha oposição dos pecadores E si mesmo, para que não vos fatigueis, desmaiando em vossa alma.



De maio a julho de 2000, passei por um dos períodos mais difíceis da minha vida, quando fui assolado por uma crise de ansiedade.

A Ansiedade não mata, mas é algo que incomoda e, da mesma forma que as correntes limitam o andar, a ansiedade impede que prossigamos com a nossa vida normalmente.

Mas Deus, que sempre é fiel, providenciou tudo para que eu pudesse hoje estar bem.

Sempre costumo dizer que, se enfrentamos tempos difíceis e não aprendemos nada, somos perdedores. Mas se, pelo contrário, aprendemos algumas coisas com as dificuldades da vida, podemos dizer como Apóstolo Paulo que somos mais que vencedores. E nesse período difícil aprendi valiosíssimas lições que levarei por toda a vida.

Uma das maravilhosas lições que Jesus me ensinou foi que nesta vida nada é permanente. TUDO PASSA! Assim, entendi que os Tempos difíceis também passarão. E é interessante notar que a Bíblia nos dá lições práticas de como vencer em tempos difíceis.

Segundo o versículo em epígrafe, a primeira coisa que temos que fazer para vencer em tempos difíceis é que temos que nos livrar daquilo que nos limita.

“Desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia”. Hebreus 12.1A

Se locomover quando há um peso extra sobre nós é algo extremamente difícil. E as dificuldades que enfrentamos acumulam pesos extras que nos impedem de prosseguir. Mágoas, traumas, ressentimentos, relacionamentos tóxicos. Tudo isso são como cadeias sem grades que limitam a nossa liberdade. Por exemplo, quando estamos ressentidos com alguém, essa pessoa assume uma posição de destaque em nossa vida. O sentimento de mágoa nos impede de esquecê-la. Dormimos e acordamos com essa pessoa ocupando nossos pensamentos. Assim, a pessoa com quem estamos ressentidos acaba ocupando um espaço em nosso coração semelhante ao de alguém que amamos. Por isso não prosseguimos porque estamos presos a uma pessoa ligada a um sentimento que nos faz mal.

Mas o pior peso que podemos carregar é o peso do pecado, que tão de perto nos assedia. O pecado é a pior corrente que nos limita, e é por isso que o escritor da Epístola aos Hebreus diz que devemos nos desembaraçar desse peso.

Por meio do Sangue de Jesus temos poder para nos libertar do pecado. Entretanto, temos que querer ser livres.

O escritor Stephen Covey, em seu livro “7 hábitos de pessoas altamente eficazes” disse que para que possamos ter vitórias externas, é necessário que tenhamos primeiro vitórias internas. Assim, para que possamos vencer nas demais áreas de nossa vida, devemos vencer primeiro o que nos limita interiormente.

A segunda lição que aprendi foi que não posso parar. Digo isso porque algumas pessoas desistem de avançar porque se machucaram muito ao tentar libertar-se das limitações que as aprisionam. Por essa razão, preferem permanecer na zona de conforto até o fim de suas vidas. No entanto, se desejo progredir, não posso seguir o mesmo caminho. Preciso sair da minha zona de conforto e, mesmo enfrentando dores lancinantes ao romper com hábitos enraizados por anos.

Outras pessoas param simplesmente porque tem medo do desconhecido.

Certa vez o famoso físico judeu Albert Einstein disse que é loucura querer resultados diferentes fazendo as mesmas coisas. A soma de dois mais dois sempre dará quatro como resultado. E viver em estado de letargia é também uma loucura.

Tudo no Reino de Deus tende à multiplicação. Lembremo-nos que Jesus disse que nos nomeou para darmos frutos (Multiplicação) (João 15.16).

E o versículo que abre este texto diz “corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta”. (Hebreus 12.1B). Assim, entendemos que Deus não quer que fiquemos parados, mas que prossigamos.

Porém, o segredo está em não correr com afobação, pois isso só resulta em desastre. Observe que o Autor de Hebreus diz “Corramos com perseverança”. Aqui ele dá a ideia de um maratonista e não de um velocista. Ou seja, um velocista corre o mais rápido que puder para vencer os seus oponentes. Porém, ele não consegue correr tanto tempo como o maratonista, pois este tem que correr mais compassadamente para que possa percorrer o grande trajeto que lhe está proposto. Assim, o que o Autor aos Hebreus está nos dizendo é que devemos correr compassadamente como um maratonista, pois Deus nos propôs uma “carreira”. Porém, ainda que tenhamos que correr compassadamente, NÃO PODEMOS PARAR!

A terceira lição valiosa que aprendi é que tenho que focar em Jesus.

“Olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé”. (Hebreus 12.2a).

A distração é muito perigosa, pois a grande maioria dos acidentes acontecem por causa de pessoas distraídas. Além disso, as distrações nos atrasam e até nos fazem parar. E dessa forma, acabamos focando em coisas que não são importantes.

Porém, quando tive a crise de ansiedade eu aprendi que se focar em coisas periféricas como os sintomas, tudo piorará. O caso é que a ansiedade se origina na mente, mas desemboca em sintomas físicos.

Quando estava bem no pico da crise, tive dificuldade de respirar, falta de apetite, desorientação, zumbido nos ouvidos, desarranjo intestinal à princípio e prisão de ventre posteriormente. E cada vez que esses sintomas apareciam, eu era assolado por um temor de algo que eu nem sei de quê. Entretanto, aprendi que, se ignorasse esses sintomas e continuar normalmente no meu dia a dia, eles iriam embora. E essa lição eu pude aplicar em outras áreas de minha vida. Ou seja, se focar na minha incapacidade, no que eu não tenho, nas minhas dificuldades e na força do meu inimigo, irei perder a batalha. Mas se focar no Senhor Jesus, certamente vencerei, pois as coisas não me afetarão tão profundamente.

O texto também diz que Jesus suportou a Cruz porque tinha um alvo maior: “Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia”. E isso nos mostra que, assim como Ele, não devemos focar nas dificuldades, mas sim nas recompensas que receberemos ao findar esses tempos difíceis.

A quarta e última lição que aprendi foi que não posso desanimar jamais.

“Para que não vos fatigueis, desmaiando em vossa alma. (Hebreus 12.3).

Sun Tzu, um grande general chinês do Século XIII, no Livro a Arte da Guerra, diz que uma das piores coisas que podem acontecer a um exército é o desânimo. E ELE ESTÁ CERTO. Lutar desanimado é lutar sem propósito. É estar fadado à derrota.

Muitas coisas concorrem para desanimar você; inclusive, as pessoas que querem o teu mal tentarão te desanimar. Mas o conselho do autor de Hebreus é “Considerai, pois, atentamente, aquele que suportou tamanha oposição”. Então, tomemos Jesus como exemplo, pois Ele nunca desanimou, mesmo diante das piores agruras.

Para concluir, te pergunto: as dificuldades terão o poder de te destruir ou, ao contrário, serão uma mola propulsora que te impulsionará em direção ao sucesso?

No período em que fui atingido pela crise de ansiedade pensei que seria destruído. Mas seguindo os conselhos Bíblicos aprendi que nada é para sempre, inclusive os tempos difíceis. Aprendi também que tenho que ser forte e suportar mais um pouco, pois o tempo difícil passará. E nesse processo, devo me livrar de tudo o que me limita e me impede de prosseguir. E para isso, devo focar em Jesus e não prestar atenção nos sintomas (nas dificuldades) e também nunca desanimar. Essas foram as lições que aprendi com Deus para enfrentar tempos difíceis.

Ricardo Castro
Pastor, Escritor, Músico e Doutor em Teologia


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