A BÊNÇÃO ETERNA: REDENÇÃO

 


Efésios 1:7 

No qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça,

 

 

Navegando pelas redes sociais e as plataformas de compartilhamento de vídeos, é comum vermos nomes famosos, alguns que outrora eram baluartes do verdadeiro evangelho, tendo agora um discurso bem diferente daquele que ouvíamos em décadas passadas. Esses “mestres” se tornaram os maiores expoentes da nova teologia que tende a amenizar as verdades do Evangelho.

Na verdade, esses pregadores estão apenas seguindo o fluxo da cultura secular que “doura a pílula” para dar uma roupagem mais palatável para coisas aberrantes. Dessa forma, não ouvimos mais falar em prostitutas, pois elas hoje são “meninas do Job”. O desmatamento das florestas é chamado de “compensação ambiental”, mortes são “danos colaterais”, trabalhadores informais são “empreendedores periféricos”, e por aí vai.

Esta vertente teológica nociva minimiza o pecado à mera “falha humana”, reduz Jesus a um “amigo inclusivo” que não exige arrependimento, o céu é aqui mesmo, o inferno não existe, a castidade é uma palavra agressiva, etc.

E a realidade é que esses “mestres” ainda existem porque há muitas pessoas que os procuram. Paulo, certa feita, falou a respeito dessas pessoas, dizendo que eles se cercam de mestres que falam segundo as suas cobiças (2ª Timóteo 4:3). E o motivo delas correrem atrás dos proponentes dessa nova teologia é que eles pregam o que o povo quer ouvir. Suas mensagens e palestras têm um teor de autoajuda mesclada com triunfalismo e liberalismo que fazem com que quem os ouve se sinta como verdadeiros deuses.

Seus ensinos supostamente baseados nas Escrituras, enfocando o amor de Deus em detrimento de sua justiça. Além disso, o liberalismo que pregam é a moeda de troca de que precisavam para manter seus bolsos cheios dos volumosos valores que seus discípulos lhe ofertam. Ora, quem não quer praticar tudo o que sua natureza humana requer e, ao mesmo tempo, agradar a Deus? É isso o que esses pretensos novos teólogos ensinam.

Dessa forma, a verdade é relativizada e o amor é o único atributo de Deus que é observado e aplaudido.

Entretanto, mesmo diante desse quadro cor de rosa de ursinhos carinhosos apresentado pela nova teologia, os atos dos homens nos mostram que, apesar de eles exaltarem o amor, vivem pecaminosamente, dando vazão aos seus mais primitivos desejos, defraudando seus semelhantes e manchando a sua própria alma.

Por outro lado, a mesma Bíblia, distorcida pelos mestres da libertinagem, nos apresenta um quadro bem diferente dos seus ensinos. Ela nos mostra que todos somos pecadores e precisamos ser redimidos para recebermos o perdão dos pecados.

No texto bíblico citado acima, o apóstolo Paulo fala a respeito da redenção, a qual é uma das bênçãos espirituais que Deus nos concedeu.

Antes de tudo, devemos entender o que é a redenção. O autor cristão John Stott nos diz em seu livro “A Cruz de Cristo” que a palavra redenção nos remete ao mercado onde os escravos eram vendidos. A redenção, portanto, remete ao preço pago pela compra do escravo. Poderíamos dizer também que a redenção remete-nos ao resgate que era pago para a libertação de um prisioneiro de guerra.

Mas, de forma mais enfática, o uso que o apóstolo Paulo faz da palavra redenção remete à libertação do cativeiro, da escravidão ou de toda a espécie de mal.

Mas, diante dos argumentos dos proponentes da teologia liberal, que minimizam a gravidade do pecado é minimizada, quando não totalmente rechaçada, muitos podem se perguntar se há a necessidade de sermos resgatados.

Devo dizer, antes de tudo que um diagnóstico errado leva a um tratamento ineficaz, que conduz à morte. E é justamente o que acontece em nossa geração. A gravidade do pecado foi amenizada e, por isso, as pessoas não temem pecar. E isso as conduzirá à perdição eterna.

Quanto à gravidade do pecado, Jesus disse que os homens, pecadores por excelência, tornam-se escravos dele (João 8:34). E o apostolo Paulo concorda com esse termo em diversas partes de suas epístolas (Romanos 7:23,24; Efésios 2:1,2; Tito 3:3). Logo, entendemos que não é impossível para o homem libertar-se do pecado por si só, necessitando de uma redenção e um Salvador.

O pecado é uma declaração de independência de Deus dada no Jardim do Éden quando nossos primeiros pais, Adão e Eva, sucumbiram à tentação satânica de serem iguais a Deus. Por causa disso, o pecado é uma afronta ao Senhor e a Justiça de Deus clamava pela reparação da ofença.

E já que foi o homem que pecou, nada mais justo do que um homem pagar o preço pela redenção. Entretanto, como a dívida era altíssima por ser contraída com o próprio Deus, apenas um sangue puro poderia quitá-la. Mas, qual dos homens tinha um sangue puro? Nenhum deles, pois todos estavam infectados pelo pecado (Romanos 3:23). Então, o próprio Deus decidiu tomar a forma humana para pagar o preço pelo pecado.

E dessa forma, Jesus derramou seu sangue precioso e puro (1ª Pedro 1.19) para pagar o preço altíssimo que a Justiça de Deus clamava. E pelas suas feridas, por meio de tudo o que Ele sofreu e do sangue inocente que derramou, fomos resgatados e perdoados (1ª Pedro 2:24).

A redenção, portanto, é grátis para nós. Mas para o Senhor custou tudo, custou a sua vida.

Uma vez redimidos, fomos, em primeiro lugar, libertos da escravidão do pecado (Romanos 6:14,18). Isso não quer dizer que deixamos de pecar, e quem alega uma coisa dessas está pecando (1ª João 1:9). Mas, agora, fomos nascidos de uma nova natureza, fomos transformados em novas criaturas (2ª Coríntios 5:17). E por causa disso, não estamos mais sob o domínio de satanás (Colossenses 1.13,14). Antes, para nós, o pecado era a regra e a santidade a exceção. Após redimidos, ainda que continuemos pecadores, o pecado é a exceção. Hoje podemos dizer não ao pecado e sim para a vida com Deus.

Mas, uma das dádivas mais pujantes que o Senhor nos deu com a redenção foi a liberdade da condenação do pecado. E é sobre isso que Paulo fala em Efésios 1.7. A graça nos alcançou, nos redimiu e nos livrou da condenação eterna, a qual é a justa punição do pecado.

Assim, que entendamos que o pecado é grave, porque é uma rebelião contra o próprio Deus. Entendamos que, a despeito do que os mestres do liberalismo apregoam, o pecado é real, aprisiona, mata e conduz à condenação eterna. E, por causa disso, necessitamos de um Salvador, que nos resgate do mercado de escravos.

Jesus pagou o preço pelo nosso resgate uma única vez, para sermos livres e termos a comunhão com Deus restaurada pelo sacrifício de Jesus na Cruz.

Que deixemos de lado os ensinamentos dos homens mal-intencionados, que distorcem a Bíblia e que tem como objetivo principal encher seus bolsos com o vil metal proporcionado por aqueles que consomem suas prédicas melosas que massageiam seus egos inchados.

Diante das vozes que querem abrandar a gravidade do pecado, recordemos que a verdadeira liberdade não é fazer o que a nossa natureza caída necessita, mas sim servir Àquele que nos resgatou das garras do pecado (Romanos 6:22). Recordemos também que a redenção não é um passe livre para a libertinagem, mas o alicerce de uma nova criação. Que não mais demos ouvidos aos ídolos da autoajuda e da teologia liberal. Que nos apeguemos Àquele que, com seu sangue puro, nos fez uma raça eleita e um sacerdócio santo (1ª Pedro 2:9) — não para ostentar superioridade, mas para propagar o nome daquele que nos resgatou do mercado de escravos e nos deu lugar à mesa com a sua família.


Ricardo Castro

Pastor, Doutor em teologia e músico

 

 

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